CRATEÚS; (Ceará) – Diocese

De Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina
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Crateús é cidade do sertão cearense, localizada a 350 km de Fortaleza, e tem como Título Honorífico «Princesa do Oeste». Seu topônimo «Crateús» tem raízes indígenas no tupi ou tapuia, podendo significar: Tupi: cará = batata + teú = lagarto; significando “raiz do lagarto”; Tapuia: kra = seco + te - kraté = coisa seca ou lugar seco e y = muito frequente, significando "lugar muito seco"; Numa visão mais geral, seria o nome da tribo indígena que habitava a região: karati, karatúsou, karatiseus = povo ou tribo. A princípio, sua denominação original era «Piranhas», devido à abundância de peixes desta espécie na região; depois, «Príncipe Imperial».

As terras de Crateús são localizadas ao sul da Chapada da Ibiapaba, às margens do Rio Poti, eram habitadas pelos índios Karatis. Foi elevada à categoria de cidade em 1832. A Diocese de Crateús foi criada no dia 28 de setembro de 1963, por meio da Bula Pro Apostólico, no pontificado de Paulo VI, sendo instalada em 9 de agosto de 1964. Neste mesmo dia, aconteceu a posse do primeiro Bispo, Dom Antônio Batista Fragoso.

Teve seu território constituído por desmembramentos havidos nas Dioceses de Sobral e Iguatu. Atualmente (2016) é composta por quatorze paróquias (treze municípios) e uma Área Pastoral, possuindo uma área de 20.353 km², e uma população de aproximadamente de 379.090 mil habitantes, segundo o senso do IBGE/2012. A Igreja de Crateús carrega consigo uma característica. Trata-se do binômio espontaneamente lembrado: Igreja popular e libertadora.

Esta Igreja construiu uma experiência eclesial popular, isto é, uma Igreja que vai ao encontro do seu povo, dos mais necessitados; uma Igreja que se nutre da Palavra de Deus e da Eucaristia e anuncia esta Palavra a todos os povos e lugares, conforme o desejo de Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc. 16, 15). É uma Igreja libertadora, porque promove e defende a vida, busca a justiça, os direitos humanos e luta pelo bem comum, contra toda opressão. Igreja que se fez e se faz voz daqueles que estão sofrendo nos campos, nos cárceres, nas casas, nas periferias das cidades gritando por liberdade. Igreja que trabalha a conscientização social e política do povo.

Atualmente, a Diocese é ajudada por congregações que trabalham no campo da saúde como a Sociedade Beneficente São Camilo nas cidades de Tauá e Crateús; no campo educacional, a Congregação das Filhas de Santa Teresa de Jesus em Tauá; a Escola Família Agrícola Dom Fragoso, em Independência. Nas instituições de caridade destacamos as Associações Amigos de Jesus e Jesus Misericordioso, ambas em Crateús e que acolhem pessoas com deficiência física e/ou mental ou desabrigados.

A Cáritas Diocesana de Crateús realiza amplo trabalho sócio-educativo-promocional e espiritual em todo o território diocesano. No campo das comunicações, destacamos a Rádio FM Comunitária de Independência, como também inúmeros programas de rádio que as paróquias mantêm, bem como sites das paróquias e da diocese e outras mídias sociais. A história da diocese conta com três bispados, sendo o primeiro de Dom Antônio Batista Fragoso, com duração de 34 anos, desde a instalação até a renúncia por motivo de idade em 1998. O segundo, de Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, iniciado em 24 de maio de 1998, permanecendo até fevereiro de 2012, quando fora transferido para a Arquidiocese de Teresina (Piauí). O terceiro, de Dom Ailton Menegussi, nomeado em dia 6 de novembro de 2013, pelo Papa Francisco, sendo ordenado bispo em sua diocese de origem, São Mateus (Espírito Santo), em 21 de dezembro de 2013, iniciado em 4 de janeiro de 2014.


Referências

BONFIM, Pe. José Maria Moreira do. História da Paróquia de Crateús: uma visão de longa caminhada. Fortaleza: Qualygraf Editora e Gráfica, 2003.

FRAGOSO, Dom Antonio Batista et al. A Igreja de Crateús: uma experiência popular e libertadora. São Paulo: Loyola, 2005. O rosto de uma Igreja. São Paulo: Edições Loyola, 1982.

LIMA, Pe. Geraldo Oliveira. Sertões de Crateús. Sobral: Global Gráfica, 2002.

MONTENEGRO, Antonio Torres. Arquiteto da Memória. Uma Memória de Crateús. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br/geral/observanordeste/montenegro.pdf.

PEREIRA, José Helênio Oliveira. Rastros de uma caminhada. Fortaleza: Editora Premius, 2008.

THOMÉ, Yolanda B. Crateús, um povo, uma Igreja. São Paulo: Edições Loyola, 1982.


DELANO CARNEIRO DE ALMEIDA / DOM AILTON MENEGUSSI