Diferencia entre revisiones de «SÃO PAULO; (São Paulo) – Arquidiocese»

De Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina
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A Diocese de São Paulo foi criada em 6 de dezembro de 1745 pela Bula Candor lucis aeternae, do Papa Bento XIV, desmembrada da então Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. O primeiro bispo de São Paulo foi Dom Bernardo Rodrigues Nogueira.  
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A Diocese de São Paulo foi criada em 6 de dezembro de 1745 pela Bula ''Candor lucis aeternae,'' do Papa Bento XIV, desmembrada da então Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. O primeiro bispo de São Paulo foi Dom Bernardo Rodrigues Nogueira.
Nessa época, a Diocese de São Paulo abrangia uma área imensa, incluindo os atuais Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de uma porção meridional do Estado de Minas Gerais. No período que vai de 1749 a 1968, a Diocese de São Paulo passou por grandes modificações, perdendo gradativamente a extensão territorial dos primórdios.  
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Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por carta régia de 20 de novembro de 1749, voltaram a depender da jurisdição da Diocese do Rio de Janeiro. Em 1892, foi desmembrada da Diocese de São Paulo a Diocese de Curitiba, acontecendo o mesmo em 1900 com a Diocese de Pouso Alegre, no sul do Estado de Minas Gerais.  No dia 07 de junho de 1908, a Diocese de São Paulo foi elevada a Arquidiocese, pela Bula Dioecesium Nimiam Amplitudinem, do Papa Pio X, tornando-se a sede de uma nova Província Eclesiástica, que abrangia cinco novas dioceses: Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Botucatu e Taubaté.  
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Nessa época, a Diocese de São Paulo abrangia uma área imensa, incluindo os atuais Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de uma porção meridional do Estado de Minas Gerais. No período que vai de 1749 a 1968, a Diocese de São Paulo passou por grandes modificações, perdendo gradativamente a extensão territorial dos primórdios.
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Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por carta régia de 20 de novembro de 1749, voltaram a depender da jurisdição da Diocese do Rio de Janeiro. Em 1892, foi desmembrada da Diocese de São Paulo a Diocese de Curitiba, acontecendo o mesmo em 1900 com a Diocese de Pouso Alegre, no sul do Estado de Minas Gerais.  No dia 07 de junho de 1908, a Diocese de São Paulo foi elevada a Arquidiocese, pela Bula ''Dioecesium Nimiam Amplitudinem'', do Papa Pio X, tornando-se a sede de uma nova Província Eclesiástica, que abrangia cinco novas dioceses: Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Botucatu e Taubaté.  
  
 
Mais tarde, a Arquidiocese de São Paulo teve seu território reduzido ainda mais, quando foram criadas as Dioceses de Santos, Bragança Paulista, Santo André, Mogi das Cruzes, Jundiaí e Guarulhos. A última divisão aconteceu em 1989, quando foram criadas as Dioceses de Osasco, Campo Limpo, Santo Amaro e São Miguel Paulista.  
 
Mais tarde, a Arquidiocese de São Paulo teve seu território reduzido ainda mais, quando foram criadas as Dioceses de Santos, Bragança Paulista, Santo André, Mogi das Cruzes, Jundiaí e Guarulhos. A última divisão aconteceu em 1989, quando foram criadas as Dioceses de Osasco, Campo Limpo, Santo Amaro e São Miguel Paulista.  
  
Desde a sua criação até o ano de 1908, a Diocese de São Paulo assistiu aos acontecimentos mais importantes da história do Brasil: sua independência política do Reino de Portugal, a instituição do regime monárquico, o fim do ciclo econômico da mineração e a expansão da lavoura cafeeira, a abolição da escravatura, a proclamação da República e a vinda dos imigrantes alemães e italianos, que se instalaram primeiramente no campo, criando numerosas colônias no sudeste e sul do país, e depois, com o início da industrialização, se dirigiram às cidades. Mais tarde, durante a República, vieram também imigrantes sírio-libaneses e japoneses.  
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Desde a sua criação até o ano de 1908, a Diocese de São Paulo assistiu aos acontecimentos mais importantes da história do Brasil: sua independência política do Reino de Portugal, a instituição do regime monárquico, o fim do ciclo econômico da mineração e a expansão da lavoura cafeeira, a abolição da escravatura, a proclamação da República e a vinda dos imigrantes alemães e italianos, que se instalaram primeiramente no campo, criando numerosas colônias no sudeste e sul do país, e depois, com o início da industrialização, se dirigiram às cidades. Mais tarde, durante a República, vieram também imigrantes sírio-libaneses e japoneses.
A Diocese de São Paulo também acompanhou o crescimento da cidade de São Paulo, desde o período imperial, com a criação da Faculdade de Direito, em 1828. Com o crescimento do comércio, a instalação das primeiras indústrias e a criação da rede ferroviária que a ligou ao porto de Santos e a outras cidades, a população da cidade aumentou, surgindo novos bairros. A Diocese também passou por um crescimento em suas instituições, desde a sua criação.  
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Foram criados o Cabido Diocesano, a Venerável Ordem de São Pedro dos Clérigos, a Santa Casa de Misericórdia, o Colégio Diocesano, Irmandades e Associações. Surgiram novas paróquias e capelas. Em 1856, foi inaugurado o Seminário Diocesano da Imaculada Conceição. No século XX, a cidade de São Paulo experimentou um crescimento acelerado, com a instalação de muitas indústrias e a consolidação de um grande sistema bancário e financeiro, tornando-se uma das principais metrópoles do país.  
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A Diocese de São Paulo também acompanhou o crescimento da cidade de São Paulo, desde o período imperial, com a criação da Faculdade de Direito, em 1828. Com o crescimento do comércio, a instalação das primeiras indústrias e a criação da rede ferroviária que a ligou ao porto de Santos e a outras cidades, a população da cidade aumentou, surgindo novos bairros. A Diocese também passou por um crescimento em suas instituições, desde a sua criação.
Na década de 1950, a criação de um enorme parque industrial automotivo na região do ABC paulista atraiu um grande número de migrantes de outras partes do país, sobretudo do Nordeste, gerando problemas demográficos e sociais e novos desafios pastorais para a Igreja em São Paulo. Durante o governo pastoral do arcebispo D. Agnelo Rossi, em 1966, a Arquidiocese começou a ser dividida em regiões episcopais. A partir dessa época, começou a ser aplicado o Plano de Pastoral de Conjunto da CNBB.  
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Ao iniciar a década de 70, o novo arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns continuou a dividir o território até completar nove regiões episcopais, em 1983, cada uma delas tendo à frente um bispo auxiliar. Três desafios se apresentavam à Arquidiocese, durante esse tempo: o crescimento desordenado da cidade, acarretando problemas sociais e econômicos; a ditadura militar, com a consequente perseguição, prisões e censura; e as novas exigências que se colocavam para uma ação pastoral e evangelizadora na cidade.  
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Foram criados o Cabido Diocesano, a Venerável Ordem de São Pedro dos Clérigos, a Santa Casa de Misericórdia, o Colégio Diocesano, Irmandades e Associações. Surgiram novas paróquias e capelas. Em 1856, foi inaugurado o Seminário Diocesano da Imaculada Conceição. No século XX, a cidade de São Paulo experimentou um crescimento acelerado, com a instalação de muitas indústrias e a consolidação de um grande sistema bancário e financeiro, tornando-se uma das principais metrópoles do país.
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Na década de 1950, a criação de um enorme parque industrial automotivo na região do ABC paulista atraiu um grande número de migrantes de outras partes do país, sobretudo do Nordeste, gerando problemas demográficos e sociais e novos desafios pastorais para a Igreja em São Paulo. Durante o governo pastoral do arcebispo D. Agnelo Rossi, em 1966, a Arquidiocese começou a ser dividida em regiões episcopais. A partir dessa época, começou a ser aplicado o Plano de Pastoral de Conjunto da CNBB.
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Ao iniciar a década de 70, o novo arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns continuou a dividir o território até completar nove regiões episcopais, em 1983, cada uma delas tendo à frente um bispo auxiliar. Três desafios se apresentavam à Arquidiocese, durante esse tempo: o crescimento desordenado da cidade, acarretando problemas sociais e econômicos; a ditadura militar, com a consequente perseguição, prisões e censura; e as novas exigências que se colocavam para uma ação pastoral e evangelizadora na cidade.
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Foram criadas, por iniciativa da Igreja, a Comissão Justiça e Paz e os Centros de Defesa dos Direitos Humanos. Foi lançada a «Operação Periferia», pela qual a Igreja se tornou mais presente e atuante nos bairros afastados da periferia da cidade. A partir de 1975, a Arquidiocese começou a elaborar os sucessivos Planos de Pastoral, para que pudesse, de forma mais organizada, realizar seu trabalho nos planos da evangelização e da promoção humana.  
 
Foram criadas, por iniciativa da Igreja, a Comissão Justiça e Paz e os Centros de Defesa dos Direitos Humanos. Foi lançada a «Operação Periferia», pela qual a Igreja se tornou mais presente e atuante nos bairros afastados da periferia da cidade. A partir de 1975, a Arquidiocese começou a elaborar os sucessivos Planos de Pastoral, para que pudesse, de forma mais organizada, realizar seu trabalho nos planos da evangelização e da promoção humana.  
A Igreja em São Paulo convive com uma sociedade onde são muito acentuados o pluralismo cultural e religioso, o ateísmo ou indiferentismo em matéria de religião, a multiplicidade de seitas e doutrinas esotéricas, o subjetivismo e individualismo em relação à moral e aos costumes, além de outras realidades.  
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Instituições
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A Igreja em São Paulo convive com uma sociedade onde são muito acentuados o pluralismo cultural e religioso, o ateísmo ou indiferentismo em matéria de religião, a multiplicidade de seitas e doutrinas esotéricas, o subjetivismo e individualismo em relação à moral e aos costumes, além de outras realidades.
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==Instituições==
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A Arquidiocese de São Paulo é reconhecida civilmente como Mitra Arquidiocesana de São Paulo. A autoridade suprema é exercida pelo Arcebispo, que conta, para o exercício de seus poderes, com a colaboração dos seguintes organismos:
 
A Arquidiocese de São Paulo é reconhecida civilmente como Mitra Arquidiocesana de São Paulo. A autoridade suprema é exercida pelo Arcebispo, que conta, para o exercício de seus poderes, com a colaboração dos seguintes organismos:
2.1. Cúria Metropolitana de São Paulo
 
- Vigário Geral
 
- Chancelaria
 
- Secretariado Arquidiocesano de Pastoral
 
- Procuradoria
 
- Arquivo Metropolitano
 
- Tribunal Eclesiástico
 
2.2. Conselhos e Comissões
 
- Cabido Metropolitano
 
- Conselho de Presbíteros
 
- Colégio de Consultores
 
- Conselho de Assuntos Econômicos
 
- Comissão Metropolitana de Administração
 
- Conselho Arquidiocesano de Pastoral
 
  
2.3. Organização Pastoral
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''2.1. Cúria Metropolitana de São Paulo''
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* Vigário Geral
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* Chancelaria
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* Secretariado Arquidiocesano de Pastoral
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* Procuradoria
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* Arquivo Metropolitano
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* Tribunal Eclesiástico
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''2.2. Conselhos e Comissões''
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* Cabido Metropolitano
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* Conselho de Presbíteros
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* Colégio de Consultores
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* Conselho de Assuntos Econômicos
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* Comissão Metropolitana de Administração
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* Conselho Arquidiocesano de Pastoral
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''2.3. Organização Pastoral''
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Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção.
 
Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção.
Regiões Episcopais:  
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A Arquidiocese de São Paulo, para organizar e dinamizar a missão evangelizadora, é dividida em seis regiões episcopais: Belém, Brasilândia, Ipiranga, Lapa, Santana e Sé. As Regiões Episcopais são dirigidas por Vigários Episcopais (normalmente, bispos auxiliares) com seus respectivos presbitérios. Estão subordinadas à sede metropolitana e dependem da mesma.  
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===Regiões Episcopais:===
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A Arquidiocese de São Paulo, para organizar e dinamizar a missão evangelizadora, é dividida em seis regiões episcopais: Belém, Brasilândia, Ipiranga, Lapa, Santana e Sé. As Regiões Episcopais são dirigidas por Vigários Episcopais (normalmente, bispos auxiliares) com seus respectivos presbitérios. Estão subordinadas à sede metropolitana e dependem da mesma.
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Cada Região Episcopal possui uma Comissão Regional para Assuntos Econômicos, um Conselho Regional de Pastoral e uma Comissão Regional de Presbíteros. As Regiões Episcopais são divididas em Setores, formados por determinado número de paróquias que procuram organizar e realizar uma atividade pastoral conjunta e articulada. A Arquidiocese de São Paulo possui, em sua totalidade, 46 Setores.
 
Cada Região Episcopal possui uma Comissão Regional para Assuntos Econômicos, um Conselho Regional de Pastoral e uma Comissão Regional de Presbíteros. As Regiões Episcopais são divididas em Setores, formados por determinado número de paróquias que procuram organizar e realizar uma atividade pastoral conjunta e articulada. A Arquidiocese de São Paulo possui, em sua totalidade, 46 Setores.
Vicariatos Episcopais:
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===Vicariatos Episcopais:===
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Além das Regiões Episcopais, a Arquidiocese conta com três Vicariatos Episcopais, cada um deles dirigido por um Vigário Episcopal, diretamente subordinados ao Arcebispo: Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação; Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade; Vicariato Episcopal para o Povo de Rua.
 
Além das Regiões Episcopais, a Arquidiocese conta com três Vicariatos Episcopais, cada um deles dirigido por um Vigário Episcopal, diretamente subordinados ao Arcebispo: Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação; Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade; Vicariato Episcopal para o Povo de Rua.
Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP):  
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É um organismo consultivo de reflexão sobre a ação pastoral da Igreja em São Paulo, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Tem a função de examinar e avaliar os desafios, problemas e necessidades da cidade de São Paulo e suas implicações na ação pastoral. Dele fazem parte os responsáveis pelas Coordenações Pastorais da Arquidiocese.  
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===Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP):===
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É um organismo consultivo de reflexão sobre a ação pastoral da Igreja em São Paulo, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Tem a função de examinar e avaliar os desafios, problemas e necessidades da cidade de São Paulo e suas implicações na ação pastoral. Dele fazem parte os responsáveis pelas Coordenações Pastorais da Arquidiocese.
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Coordenações Pastorais: Ministros Ordenados; Vida Consagrada; Animação Missionária; Animação Bíblico-catequética; Liturgia; Serviço da Caridade e da Justiça; Vida e Família; Aprofundamento da fé; Laicato; Ecumenismo e Diálogo Religioso; Juventude; Mundo do Trabalho; CEB’s e Grupos de Rua; Mundo da Cultura e da Política.
 
Coordenações Pastorais: Ministros Ordenados; Vida Consagrada; Animação Missionária; Animação Bíblico-catequética; Liturgia; Serviço da Caridade e da Justiça; Vida e Família; Aprofundamento da fé; Laicato; Ecumenismo e Diálogo Religioso; Juventude; Mundo do Trabalho; CEB’s e Grupos de Rua; Mundo da Cultura e da Política.
Organizações eclesiais:  
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===Organizações eclesiais:===
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Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; Conselho de Leigos; Leigas Consagradas; Associações e Movimentos;  Novas Comunidades.
 
Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; Conselho de Leigos; Leigas Consagradas; Associações e Movimentos;  Novas Comunidades.
Organismos diversos
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- Universidades e Faculdades
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- Fundações
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===Organismos diversos===
Fundação Metropolitana Paulista
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o Jornal “O São Paulo”
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* Universidades e Faculdades
o Rádio Nove de Julho
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* Fundações
Fundação São Paulo
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** Fundação Metropolitana Paulista
o Pontifícia Universidade Católica  
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***Jornal “O São Paulo”
- Comissão Justiça e Paz
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***Rádio Nove de Julho
- Centro Santo Dias
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**Fundação São Paulo
- Cáritas Arquidiocesana
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***Pontifícia Universidade Católica  
- Irmandade São Pedro dos Clérigos
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* Comissão Justiça e Paz
- Seminário Imaculada Conceição
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* Centro Santo Dias
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* Cáritas Arquidiocesana
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* Irmandade São Pedro dos Clérigos
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* Seminário Imaculada Conceição
  
 
A Arquidiocese de São Paulo incentiva a organização do laicato, através das associações religiosas, movimentos eclesiais, novas comunidades e grupos de articulação de leigos. Também muitos organismos e instituições, como escolas, hospitais, asilos e creches, são campos de atuação dos leigos.  
 
A Arquidiocese de São Paulo incentiva a organização do laicato, através das associações religiosas, movimentos eclesiais, novas comunidades e grupos de articulação de leigos. Também muitos organismos e instituições, como escolas, hospitais, asilos e creches, são campos de atuação dos leigos.  

Revisión del 15:58 11 dic 2016

A Diocese de São Paulo foi criada em 6 de dezembro de 1745 pela Bula Candor lucis aeternae, do Papa Bento XIV, desmembrada da então Diocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. O primeiro bispo de São Paulo foi Dom Bernardo Rodrigues Nogueira.

Nessa época, a Diocese de São Paulo abrangia uma área imensa, incluindo os atuais Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além de uma porção meridional do Estado de Minas Gerais. No período que vai de 1749 a 1968, a Diocese de São Paulo passou por grandes modificações, perdendo gradativamente a extensão territorial dos primórdios.

Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por carta régia de 20 de novembro de 1749, voltaram a depender da jurisdição da Diocese do Rio de Janeiro. Em 1892, foi desmembrada da Diocese de São Paulo a Diocese de Curitiba, acontecendo o mesmo em 1900 com a Diocese de Pouso Alegre, no sul do Estado de Minas Gerais. No dia 07 de junho de 1908, a Diocese de São Paulo foi elevada a Arquidiocese, pela Bula Dioecesium Nimiam Amplitudinem, do Papa Pio X, tornando-se a sede de uma nova Província Eclesiástica, que abrangia cinco novas dioceses: Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto, Botucatu e Taubaté.

Mais tarde, a Arquidiocese de São Paulo teve seu território reduzido ainda mais, quando foram criadas as Dioceses de Santos, Bragança Paulista, Santo André, Mogi das Cruzes, Jundiaí e Guarulhos. A última divisão aconteceu em 1989, quando foram criadas as Dioceses de Osasco, Campo Limpo, Santo Amaro e São Miguel Paulista.

Desde a sua criação até o ano de 1908, a Diocese de São Paulo assistiu aos acontecimentos mais importantes da história do Brasil: sua independência política do Reino de Portugal, a instituição do regime monárquico, o fim do ciclo econômico da mineração e a expansão da lavoura cafeeira, a abolição da escravatura, a proclamação da República e a vinda dos imigrantes alemães e italianos, que se instalaram primeiramente no campo, criando numerosas colônias no sudeste e sul do país, e depois, com o início da industrialização, se dirigiram às cidades. Mais tarde, durante a República, vieram também imigrantes sírio-libaneses e japoneses.

A Diocese de São Paulo também acompanhou o crescimento da cidade de São Paulo, desde o período imperial, com a criação da Faculdade de Direito, em 1828. Com o crescimento do comércio, a instalação das primeiras indústrias e a criação da rede ferroviária que a ligou ao porto de Santos e a outras cidades, a população da cidade aumentou, surgindo novos bairros. A Diocese também passou por um crescimento em suas instituições, desde a sua criação.

Foram criados o Cabido Diocesano, a Venerável Ordem de São Pedro dos Clérigos, a Santa Casa de Misericórdia, o Colégio Diocesano, Irmandades e Associações. Surgiram novas paróquias e capelas. Em 1856, foi inaugurado o Seminário Diocesano da Imaculada Conceição. No século XX, a cidade de São Paulo experimentou um crescimento acelerado, com a instalação de muitas indústrias e a consolidação de um grande sistema bancário e financeiro, tornando-se uma das principais metrópoles do país.

Na década de 1950, a criação de um enorme parque industrial automotivo na região do ABC paulista atraiu um grande número de migrantes de outras partes do país, sobretudo do Nordeste, gerando problemas demográficos e sociais e novos desafios pastorais para a Igreja em São Paulo. Durante o governo pastoral do arcebispo D. Agnelo Rossi, em 1966, a Arquidiocese começou a ser dividida em regiões episcopais. A partir dessa época, começou a ser aplicado o Plano de Pastoral de Conjunto da CNBB.

Ao iniciar a década de 70, o novo arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns continuou a dividir o território até completar nove regiões episcopais, em 1983, cada uma delas tendo à frente um bispo auxiliar. Três desafios se apresentavam à Arquidiocese, durante esse tempo: o crescimento desordenado da cidade, acarretando problemas sociais e econômicos; a ditadura militar, com a consequente perseguição, prisões e censura; e as novas exigências que se colocavam para uma ação pastoral e evangelizadora na cidade.

Foram criadas, por iniciativa da Igreja, a Comissão Justiça e Paz e os Centros de Defesa dos Direitos Humanos. Foi lançada a «Operação Periferia», pela qual a Igreja se tornou mais presente e atuante nos bairros afastados da periferia da cidade. A partir de 1975, a Arquidiocese começou a elaborar os sucessivos Planos de Pastoral, para que pudesse, de forma mais organizada, realizar seu trabalho nos planos da evangelização e da promoção humana.

A Igreja em São Paulo convive com uma sociedade onde são muito acentuados o pluralismo cultural e religioso, o ateísmo ou indiferentismo em matéria de religião, a multiplicidade de seitas e doutrinas esotéricas, o subjetivismo e individualismo em relação à moral e aos costumes, além de outras realidades.

Instituições

A Arquidiocese de São Paulo é reconhecida civilmente como Mitra Arquidiocesana de São Paulo. A autoridade suprema é exercida pelo Arcebispo, que conta, para o exercício de seus poderes, com a colaboração dos seguintes organismos:

2.1. Cúria Metropolitana de São Paulo

  • Vigário Geral
  • Chancelaria
  • Secretariado Arquidiocesano de Pastoral
  • Procuradoria
  • Arquivo Metropolitano
  • Tribunal Eclesiástico

2.2. Conselhos e Comissões

  • Cabido Metropolitano
  • Conselho de Presbíteros
  • Colégio de Consultores
  • Conselho de Assuntos Econômicos
  • Comissão Metropolitana de Administração
  • Conselho Arquidiocesano de Pastoral

2.3. Organização Pastoral

Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção.

Regiões Episcopais:

A Arquidiocese de São Paulo, para organizar e dinamizar a missão evangelizadora, é dividida em seis regiões episcopais: Belém, Brasilândia, Ipiranga, Lapa, Santana e Sé. As Regiões Episcopais são dirigidas por Vigários Episcopais (normalmente, bispos auxiliares) com seus respectivos presbitérios. Estão subordinadas à sede metropolitana e dependem da mesma.

Cada Região Episcopal possui uma Comissão Regional para Assuntos Econômicos, um Conselho Regional de Pastoral e uma Comissão Regional de Presbíteros. As Regiões Episcopais são divididas em Setores, formados por determinado número de paróquias que procuram organizar e realizar uma atividade pastoral conjunta e articulada. A Arquidiocese de São Paulo possui, em sua totalidade, 46 Setores.

Vicariatos Episcopais:

Além das Regiões Episcopais, a Arquidiocese conta com três Vicariatos Episcopais, cada um deles dirigido por um Vigário Episcopal, diretamente subordinados ao Arcebispo: Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação; Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade; Vicariato Episcopal para o Povo de Rua.

Conselho Arquidiocesano de Pastoral (CAP):

É um organismo consultivo de reflexão sobre a ação pastoral da Igreja em São Paulo, à luz das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Tem a função de examinar e avaliar os desafios, problemas e necessidades da cidade de São Paulo e suas implicações na ação pastoral. Dele fazem parte os responsáveis pelas Coordenações Pastorais da Arquidiocese.

Coordenações Pastorais: Ministros Ordenados; Vida Consagrada; Animação Missionária; Animação Bíblico-catequética; Liturgia; Serviço da Caridade e da Justiça; Vida e Família; Aprofundamento da fé; Laicato; Ecumenismo e Diálogo Religioso; Juventude; Mundo do Trabalho; CEB’s e Grupos de Rua; Mundo da Cultura e da Política.

Organizações eclesiais:

Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica; Conselho de Leigos; Leigas Consagradas; Associações e Movimentos; Novas Comunidades.


Organismos diversos

  • Universidades e Faculdades
  • Fundações
    • Fundação Metropolitana Paulista
      • Jornal “O São Paulo”
      • Rádio Nove de Julho
    • Fundação São Paulo
      • Pontifícia Universidade Católica
  • Comissão Justiça e Paz
  • Centro Santo Dias
  • Cáritas Arquidiocesana
  • Irmandade São Pedro dos Clérigos
  • Seminário Imaculada Conceição

A Arquidiocese de São Paulo incentiva a organização do laicato, através das associações religiosas, movimentos eclesiais, novas comunidades e grupos de articulação de leigos. Também muitos organismos e instituições, como escolas, hospitais, asilos e creches, são campos de atuação dos leigos.

A Arquidiocese de São Paulo ocupa uma área de 654,38 km², correspondente a uma parte do município de São Paulo. Faz limites com as Dioceses de Bragança Paulista, Campo Limpo, Guarulhos, Jundiaí, Mogi das Cruzes, Osasco, Santo Amaro, Santo André e São Miguel Paulista, todas no Estado de São Paulo. A Arquidiocese de São Paulo está situada numa cidade constituída por uma população de doze milhões de habitantes.

Estima-se que a Arquidiocese ocupe mais de um terço do território e atenda a mais da metade da população do município. Além disso, atende a uma grande população móvel, que reside nos bairros da cidad e que estão sob a jurisdição de outras dioceses, e até mesmo nos municípios vizinhos, vindo a São Paulo por razões de trabalho e de estudo. No território da Arquidiocese de São Paulo, estão presentes algumas das melhores universidades do país, além de muitas escolas e centros culturais.

Nele também se encontra um dos maiores mercados financeiros da América Latina, com seus bancos, escritórios de multinacionais, indústrias e uma extensa rede de serviços. Apesar disso, os indicadores sociais revelam uma grande desigualdade social, expondo o problema da falta de moradias e de serviços básicos para uma grande parcela da população. A violência urbana, o tráfico e consumo de drogas, a situação dos moradores de rua, o desemprego, a falta de hospitais e unidades de saúde, a insuficiência do sistema educacional são alguns dos problemas que mais afetam a cidade.

A população é composta de pessoas provenientes de diversas origens. Embora o fenômeno da imigração tenha diminuído muito nas últimas décadas, muitos de seus habitantes são descendentes desses imigrantes, fazendo com que haja ainda no território da Arquidiocese uma grande diversidade étnica e cultural. Há descendentes de italianos, sírio-libaneses, japoneses, espanhóis e alemães. Grande parte da população é formada por migrantes do Nordeste brasileiro e seus descendentes.

A partir da década de 1980, houve um significativo afluxo de latino-americanos e coreanos. Além disso, existem algumas pequenas comunidades indígenas, concentradas em algumas partes da cidade, que ainda conservam certos traços de sua identidade cultural. A Igreja em São Paulo se vê diante de situações novas, tanto do ponto de vista religioso e pastoral, como do ponto de vista social, político e cultural, o que exige uma constante atualização de seus objetivos e métodos pastorais, bem como de suas estruturas eclesiais. A Arquidiocese de São Paulo, no seu 11° Plano de Pastoral (2013-2016), destaca seis urgências pastorais em sua missão evangelizadora na cidade: Igreja em estado permanente de missão; Igreja - casa da iniciação à vida cristã; Igreja - comunidade animada pela Palavra de Deus; Igreja - comunidade de comunidades; Igreja a serviço da vida plena para todos; A Igreja e a evangelização dos jovens.

Episcopológio: Desde 1745, São Paulo teve 11 bispos e 7 arcebispos: Dom Bernardo Rodrigues Nogueira (1° bispo): 1746-1748; Dom Frei Antônio da Madre de Deus Galvão: 1751-1764; Dom Frei Manoel da Ressurreição: 1771-1789; Dom Mateus de Abreu Pereira: 1795-1824; Dom Manoel Joaquim Gonçalves Andrade: 1827-1847; Dom Antônio Joaquim de Melo: 1852-1861; Dom Sebastião Pinto do Rego: 1862-1868; Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho: 1873-1894; Dom Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti: 1894-1897; Dom Antônio Cândido de Alvarenga: 1899-1903; Dom José de Camargo Barros: 1904-1906; Dom Duarte Leopoldo e Silva (1° arcebispo): 1907-1938; Dom José Gaspar d’Afonseca e Silva: 1939-1943; Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta: 1944-1964; Cardeal Dom Agnelo Rossi: 1964-1970; Cardeal Dom Frei Paulo Evaristo Arns: 1970-1998; Cardeal Dom Frei Cláudio Hummes: 1998-2006; Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer: 2007-...

CAIO BOSCHI