SANTA MARIA; (Rio Grande do Sul) – Diocese

De Dicionário de História Cultural de la Iglesía en América Latina
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A história da criação da Diocese de Santa Maria começa com Dom Cláudio José Ponce de Leão, 3º bispo do Rio Grande do Sul (1890-1912). Uma alma apostólica e profundamente conhecedora das necessidades espirituais dos rio-grandenses.

Auxiliado pelo Bispo Coadjutor, Dom João Antonio Pimenta, estudou um plano e enviou-o à Santa Sé. Pe. Arlindo Rubert diz que “a resposta não se fez esperar”. Com a Bula Praedecessorum Nostrorum, de 15 de agosto de 1910, o Papa São Pio X criava as Dioceses de Santa Maria, Pelotas e Uruguaiana. Porto Alegre foi elevada à categoria de Sede Metropolitana. O Decreto da ereção canônica da nova Diocese encheu Santa Maria de júbilo.

A nova Matriz de Nossa Senhora Imaculada Conceição, erguida sobre a Avenida Rio Branco, havia sido inaugurada em dezembro de 1909. Obra magnífica do Pároco Padre Caetano Pagliuca, SAC, que a iniciou em 1902. Estava preparado o cenário para receber o honroso título de Catedral. A enorme superfície territorial da Diocese de Santa Maria tornava-a uma «Diocese Missionária».

Partindo do extremo sul do Município de Santa Maria, centro do Rio Grande do Sul, a área da Diocese alargava-se pela depressão central, cobrindo a maior parte do Planalto Médio do Estado, conhecido como Zona da Serra. Ao norte, limitava-se com todo o Estado de Santa Catarina, contornando o Rio Uruguai, o qual descia para abraçar a Província Argentina de Corrientes, até atingir o extremo oeste do Município de Santo Ângelo.

Percorria pelo mesmo extremo os Municípios de Júlio de Castilhos, Jaguari e São Vicente, tomando após o rumo leste, em direção aos Municípios de Cachoeira, Rio Pardo e Santo Amaro. Depois subia Candelária e Soledade, rumo à Serra do Mar, atravessando São Francisco de Paula para finalizar no Município de Bom Jesus, próximo ao litoral marítimo do Norte do Estado.

Pode-se afirmar que o primitivo território ocupado pela Diocese de Santa Maria da Boca do Monte, representava ao redor de 1/3 da superfície do Rio Grande do Sul (cerca de 95.000 quilômetros quadrados). Dentro daqueles amplos horizontes e diversificadas regiões, a Diocese abrigava, em 1910 os seguintes Municípios: Santa Maria, Cachoeira, Rio Pardo, Santo Amaro, São Vicente, Júlio de Castilhos, Tupanciretã, Cruz Alta, Santo Ângelo, Palmeira, Candelária, Soledade, Agudo, Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Vacaria, São Francisco de Paula de Cima da Serra e Bom Jesus.

Eram, ao todo, vinte Freguesias (fundadas ainda no tempo do Brasil Colônia e Brasil Império) e seis Curatos, (fundados entre 1889 e 1908). Ao ser fundada a Diocese, o Clero Secular era representado apenas por nove sacerdotes. Quatro oriundos da Diocese e cinco estrangeiros. O Clero Regular, porém, era bem numeroso, representado pelos padres palotinos e pelos padres capuchinhos. Com toda esta enorme superfície geográfica, a Diocese de Santa Maria não poderia funcionar a contento, e muito menos, ser mantida por mais tempo. A Diocese Missionária acabou, com o correr dos anos, por sofrer os efeitos de seu gigantismo territorial. Começaram então, as mudanças em seus limites, bem como a criação de novas Dioceses em sua área. Eis as mudanças territoriais eclesiásticas: pelo Decreto de 27 de maio de 1921, a mando do Núncio Apostólico no Brasil, Dom Henrique Gasparri, a Diocese de Santa Maria cedeu os Municípios de Santo Ângelo e São Vicente para Uruguaiana; Santo Amaro, Lagoa Vermelha, Vacaria, Bom Jesus, São Francisco de Paula, mais a Paróquia de São Luís da Casca (Guaporé) e parte de Itapuca (Encantado) foram cedidos para Porto Alegre.

Em compensação, a Arquidiocese da capital cedeu à Diocese de Santa Maria os Municípios de Caçapava e São Sepé; De Uruguaiana a Diocese de Santa Maria recebeu o Município de Ijuí e uma fração dentro do Município de Jaguari; por Decreto da Sagrada Congregação Concistorial, de 13 de fevereiro de 1937, a Diocese de Santa Maria cedeu os Municípios de Rio Pardo e Candelária, ambos incorporados à Arquidiocese de Porto Alegre. Entretanto, a maior perda (principalmente em vocações sacerdotais) ocorreu quando do desmembramento da nova Diocese de Passo Fundo, criada a 10 de março de 1951. Passaram, então para esta nova Diocese os Municípios de Passo Fundo, Carazinho, Sarandi, Getúlio Vargas, Erechim e Marcelino Ramos; Em 1960 e 1971, aconteceram outros desmembramentos na área diocesana de Santa Maria, com a criação, respectivamente, das novas Dioceses de Frederico Westphalen e Cruz Alta; A «Diocese Missionária» de 1910 passou de seus aproximados 95.000 quilômetros quadrados de superfície para 29.229 quilômetros quadrados em 1971.

Em 1991 foi criada a nova Diocese de Cachoeira do Sul, toda ela desmembrada de Santa Maria. Atualmente a Diocese abrange uma área de 20.263 km2. Com a criação da Arquidiocese de Santa Maria (13 de abril de 2011), pelo Papa Bento XVI, Dom Hélio Adelar Rubert foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Santa Maria no dia 13 de abril de 2011. A Nova Arquidiocese e Província Eclesiástica de Santa Maria é constituída pelas Dioceses de Uruguaiana, Santo Ângelo, Cruz Alta, Santa Cruz do Sul, Cachoeira do Sul e Santa Maria.

Desde o dia 18 de março de 2013 a Diocese de Santa Maria iniciou o Projeto de Evangelização pela Rede Vida de Televisão com a Santa Missa mensal às 9 horas no Santuário Basílica de Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças. A Santa Missa ocorre sempre na terceira segunda-feira do mês.

Episcopológio:

A Diocese de Santa Maria em 1910 celebrou o seu primeiro centenário.

Neste centenário teve sete bispos titulares:

Dom Miguel de Lima Valverde: 06/02/1911 até 28/05/1922;

Dom Áttico Eusébio da Rocha: 27/05/1923 até 31/07/1931;

Dom Antônio Reis: 31/07/1931 até 14/09/1960;

Dom Luiz Victor Sartori: 14/09/1960 até 09/04/1970;

Dom Érico Ferrari: 05/05/1971 até 29/04/1973;

Dom José Ivo Lorscheiter: 06/03/1974 até 24/03/2004;

Dom Hélio Adelar Rubert: 23/05/2004.


EREBANY EDÚ VARGAS DE PÁDUA